Mulheres da floresta: aprendendo e ensinando novas lições

Crédito da foto: fas-amazonia.org

Mulheres da Amazônia estão participando de cursos sobre equidade de gênero e direitos da mulher, ofertados pela Americanas e pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), que têm feito a diferença na região.

Com foco na conservação e promoção do desenvolvimento sustentável da floresta amazônica, os cursos obedecem ao lema de que educação e capacitação de qualidade têm o poder de impactar a vida de uma comunidade

Com o objetivo de estimular o empreendedorismo entre mulheres amazônicas, teve início neste mês de outubro o curso Empoderamento Feminino com 30 mulheres, em idades variadas. 

Segundo informa o UOL, as aulas do curso fomentam discussões sobre como visões rígidas e tradicionais do papel do homem e da mulher na sociedade podem afetar diretamente as escolhas, a saúde e a sexualidade das mulheres.

Além disso, auxiliam na criação de uma rede de cooperação entre as habitantes locais. Vale ressaltar que todas as turmas do curso respeitam as normas de segurança recomendadas pela Organização Mundial de Saúde. 

“Ao final do ciclo de projeto, serão realizados 15 cursos, todos atendendo a demandas previamente identificadas com os comunitários, pois desta forma é possível garantir o impacto positivo. No geral, os cursos têm temáticas voltadas à geração de renda que vão desde Design de Serviços Turísticos até a Manutenção de Motores de Popa (muito utilizado em comunidades tradicionais ribeirinhas). Buscamos ampliar uma rede de cooperação entre mulheres locais através de diversas atividades que trabalhem autoestima e valorização, desmistificação do papel da mulher na sociedade, bem como oficinas sobre seus direitos, e atividades que promovem emancipação e geração de renda”, explica Natália Bessa Ribeiro, líder e idealizadora do curso de empoderamento feminino da FAS.

Para Natália, o projeto pode fazer a diferença na vida das mulheres, a partir do momento que capacita e oferece contato com o conhecimento. “Acreditamos que, através do conhecimento e competências adquiridas ao longo dos cursos de empreendedorismo, cada participante terá o norte necessário para abrir seu próprio negócio, seja trabalhando com Turismo de Base Comunitária ou por meio do Empoderamento Feminino. Ele constrói uma rede de apoio entre as mulheres ribeirinhas, possibilitando a independência e valorização do seu trabalho, como as artesãs. Após entenderem sua força e possibilidade de ocupar todos os espaços, também conseguem se enxergar como empreendedoras”.

O projeto evidencia o quão importante é começar a falar sobre empoderamento ainda na infância. “Quando falamos em empoderamento feminino em comunidades tradicionais, não estamos falando somente de dar espaço para mulheres, mas de encorajá-las desde meninas a serem o que quiserem, ensinando-as a terem autoestima e repassarem esse suporte a outras mulheres. Aqui, trazemos temas relevantes e atuais, como a conceituação do que é empoderamento, os tipos de poder, a identidade da mulher ribeirinha e, ainda, a diferenciação dos tipos de violências sofridos pela mulher: física, sexual e psicológica”.

Para Neurilene Cruz da Silva, 36 anos, da etnia Kambeba, grupo indígena que habita o médio Rio Solimões, no estado do Amazonas, ter acesso aos cursos de turismo de base comunitária e de culinária a fez reconhecer o seu valor e buscar novas oportunidades de trabalho. Tanto que hoje, ela é a responsável pelo restaurante da comunidade. “Não é fácil ser mulher na minha etnia. Aqui, ainda acreditam que mulher tem que ser submissa aos seus maridos, aquela que vive na cozinha, lavando, passando, indo para a roça. Mas eu vi que poderia não ser assim, eu não nasci para ser dominada. Eu vi minha avó e minha mãe nessa situação e eu nunca quis ser essa pessoa. Quando chegou a Fundação Amazônia Sustentável, eu fui levada a querer trabalhar e querer o que é meu. Eu fiz vários cursos e isso me deixou mais segura para trabalhar. Tem sido muito importante a experiência de trabalhar com pessoas de fora do Amazonas, de todo Brasil e até do exterior. Isso me motivou a fazer o curso de turismo, eu já tinha feito o curso de culinária e vi que era importante me aprimorar ainda mais”, lembra.

A profissional ainda explica como trabalhar com alimento tem gerado uma conexão maior com a sua cultura. “A comida indígena nos traz força para lutar. Através dela, já fomos premiados e reconhecidos várias vezes. Essas premiações servem de inspirações e me fortalecem, pois lembro da minha avó, da minha cultura, os meus costumes, tudo aquilo que a gente não pode esquecer jamais”.

Professora e artesã da comunidade de Tumbira, no Amazonas, Izolena Garrido, de 40 anos, acredita que o contato com a Fundação lhe permitiu aprimorar suas relações humanas. “Me ajudou bastante na atuação como professora comunitária, a melhorar a minha conduta como ser humano e ver as necessidades do meu povo. Eu queria me potencializar e potencializar as mulheres que me cercavam, trabalhar com o meu povo, entender as suas necessidades e ter os mecanismos para ajudá-los”.

Izolena afirma que cada mulher tem seu talento e só precisa de um estímulo para que ele aflore. “Antes de fazer o curso, muitas mulheres tinham insegurança daquilo que elas poderiam conseguir na vida delas. Sabiam muita coisa, faziam muita coisa, mas não tinham direcionamento. O curso mudou a vida dessas mulheres. Hoje, a minha missão é fortalecer as outras mulheres, para que elas possam reconhecer o seu potencial e desenvolver dentro delas os elementos necessários para crescer no mercado de trabalho. Acima de tudo, sou uma mulher que luta com as outras em busca do nosso respeito, da nossa dignidade e do nosso espaço social. A mulher da floresta tem muito a aprender, mas também tem muito a ensinar”, finaliza.

Matéria no UOL

Igualdade de gênero

Chile fará nova Constituição com assembleia paritária entre homens e mulheres

As mulheres chilenas terão pela primeira vez a possibilidade de redigir uma nova Constituição em condição de igualdade de representação, com a aprovação da convenção constituinte no plebiscito no último domingo (25). 

Em uma das maiores conquistas do poderoso movimento feminista chileno, o Congresso havia aprovado, em março, uma lei inédita que garante a paridade de gênero nas candidaturas à convenção que vai redigir o novo texto constitucional. Com isso, a convenção constituinte se tornará a primeira do mundo a garantir uma conformação equitativa entre homens e mulheres.

No plebiscito deste domingo, além de aprovarem, com quase 80% dos votos, a redação de uma nova carta magna para substituir a vigente desde a ditadura de Augusto Pinochet, os chilenos também escolheram o modelo para a elaboração da nova Constituição. Neste caso, 79,21% decidiram por uma convenção constituinte exclusiva, com todos os delegados eleitos pelo voto popular.

O próximo passo agora é a eleição marcada para o dia 11 de abril do ano que vem, que escolherá os 155 delegados constituintes, responsáveis por elaborar o novo texto, um processo que deve durar até 12 meses.

Reivindicação antiga

— É uma reivindicação feminista há anos e gostaríamos que a paridade não só existisse no sistema político, mas também em todos os setores, tanto privado quanto público — disse à AFP Rosa Montero, presidente do partido político em formação Alternativa Feminista.

Em um país com baixa participação laboral feminina (36%) e representação política (menos de 20% no atual Congresso) há expectativa sobre as questões que as mulheres podem contribuir caso participem da elaboração de um novo Constituição.

— As mulheres agem, refletem e apresentam projetos a partir de uma perspectiva diferente da masculina. Temos, por exemplo, a questão do aborto, que é uma demanda há muitos anos e são os homens que decidem por nós. pode ser — diz Montero.

Para Claudio Fuentes, acadêmico de Ciência Política e professor da Universidade Diego Portales, “ter uma representação equilibrada de homens e mulheres favorece os interesses das mulheres, porque em geral, no caso do Chile, foram elas que colocaram em pauta as questões associadas às mulheres”. Desta forma, acrescenta Fuentes, “a articulação e pressão das mulheres têm permitido colocar na agenda pública certas questões que os homens no Congresso não colocavam.”

Aborto

Depois de anos de discussão, só em 2017 as mulheres chilenas conseguiram que o Congresso aprovasse uma lei do aborto terapêutico, que permite a interrupção da gravidez em caso de estupro, risco de vida para a mãe ou inviabilidade fetal. Até aquele ano, o Chile era um dos poucos países do mundo que não permitia a interrupção da gravidez por qualquer motivo. E há algumas semanas, um antigo regulamento que proibia mulheres — não homens — de se casarem novamente até 270 dias após o fim do divórcio, que procurava evitar dúvidas sobre a paternidade dos filhos.

Nas ruas, as mulheres celebram a possibilidade de poder redigir uma Constituição pela primeira vez:

— A esta altura do século XXI não devíamos estar a discutir isto, mas se se abre a porta para a representação da esfera feminina, está correto, é justo e necessário. Temos uma visão do país que deve ser representada — disse uma manifestante à AFP.

No país em que nasceu o coletivo feminista Lastesis, eleito pela revista Time como uma das lideranças mais influentes deste 2020 após popularizar no mundo sua performance “Um estuprador em seu caminho” sobre a violência sexista, as mulheres ainda têm muitos problemas a resolver.

Um projeto de lei sobre o aborto legal foi apresentado ao Congresso, mas as mulheres também buscam avançar em questões prioritárias como igualdade de remuneração, reconhecimento do trabalho doméstico e direito à vida sem violência.

Com informações do Minuto Diário.

Anika Chebrolu

Adolescente é premiada por descoberta que pode significar cura da Covid, anuncia revista

Matéria publicada pela revista greenMe, informa sobre descoberta feita por uma adolescente que pode significar a cura para a Covid-19. A revista brasileira, também editada na Itália, trata de estilo de vida, saúde e meio ambiente.
Segundo o texto, trata-se de uma molécula que se liga a uma proteína do vírus SARS-CoV-2 e o impede de funcionar. Essa é a descoberta que traz esperança para a cura da Covid-19 (e não só isso). A responsável é uma garota de 14 anos, Anika Chebrolu, que estuda na Independence High School em Frisco, Texas. E por essa descoberta extraordinária ela também ganhou um prêmio.
A história
Anika ainda estava na oitava série quando desenvolveu uma molécula que se liga a uma proteína do vírus SARS-CoV-2 e, em resumo, impede o funcionamento do vírus. Com a possibilidade de um possível tratamento para a Covid-19 e, a adolescente ganhou o 3M Young Scientist Challenge, pelo seu trabalho de identificação de um medicamento para o tratamento do coronavírus.
Anika fez sua descoberta a partir de um banco de dados de mais de 682 milhões de compostos e, usando um programa de computador, ela descobriu como e onde a molécula se ligaria ao vírus. A jovem estudante estava trabalhando em seu projeto de ciências para encontrar remédios para a gripe sazonal, mas quando a pandemia estourou, ela o transformou em uma pesquisa sobre o coronavírus.
“Sempre fui apaixonada por experimentos científicos, desde minha infância, e queria encontrar curas eficazes para a gripe após um episódio grave de infecção no ano passado. Gostaria de aprender mais com os cientistas da 3M para continuar meu desenvolvimento de medicamentos. E, com a ajuda deles, realizar testes in vitro e in vivo”, disse Chebrolu, que deseja se tornar uma pesquisadora médica e professora, em uma declaração ao Laboratório de Jovens Cientistas da 3M.
Além da explosão de casos da Covid-19 em todo o mundo e dos testemunhos de pessoas que sofreram com a doença ou perderam um familiar ou amigo, seu avô foi outro motivo que a levou a buscar uma cura para a doença causada por este novo coronavírus.
“Quando eu era mais jovem, meu avô sempre me incentivava a seguir o caminho da ciência. Na verdade, ele era professor de química e me dizia para aprender a tabela periódica dos elementos e outras coisas da ciência e, com o tempo, fiquei viciada”.
Por enquanto, teremos que esperar para ver que caminho tomará a descoberta dessa jovem promessa científica.

Violência contra mulheres na política é motivo de campanha

A Câmara dos Deputados realiza, neste mês de outubro, campanha para alertar sobre os principais tipos de violência contra mulheres no contexto das eleições municipais. A campanha também incentiva denúncias por meio do Ligue 180, do governo federal; e do Fale Conosco da Câmara.

A violência política de gênero pode ser caracterizada como todo e qualquer ato com o objetivo de excluir a mulher do espaço político, impedir ou restringir seu acesso ou induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade. As mulheres podem sofrer violência quando concorrem, já eleitas e durante o mandato.

Essa violência é considerada uma das causas da sub-representação das mulheres no Parlamento e nos espaços de poder e decisão.

A campanha da Câmara dos Deputados é uma iniciativa da Secretaria da Mulher, com apoio da Primeira-Secretaria da Casa. Trata-se de uma nova fase da campanha “Violência Política de Gênero. Uma letra muda todo o contexto”, lançada em 2019, que leva em conta a ideia de que a democracia é a maior vítima da violência política de gênero.

Tipos de violência

A violência pode ocorrer por meio virtual (com ataques em suas páginas, fake news e deepfakes) e também nas ruas, quando as mulheres que atuam na política são atacadas por eleitores. Elas podem ser vítimas tanto em seus partidos como dentro de casa. As ações se dão de forma gradativa e podem chegar até ao assassinato.

Entre 1998 e 2016, foram 79 mortes de candidatas em campanha, uma média de 16 assassinatos por período eleitoral, sendo que a maioria das mortes ocorreu em eleições municipais e em cidades com menos de 50 mil habitantes.

Na condição de candidatas, as mulheres sofrem violência política de gênero, principalmente, por:

  • ameaças à candidata, por palavras, gestos ou outros meios, de lhe causar mal injusto e grave;
  • interrupções frequentes de sua fala em ambientes políticos, impedimento para usar a palavra e realizar clara sinalização de descrédito;
  • desqualificação, ou seja, indução à crença de que a mulher não possui competência para a função a que ela está se candidatando ou para ocupar o espaço público onde se apresenta;
  • violação da sua intimidade, por meio de divulgação de fotos íntimas, dados pessoais ou e-mails, inclusive montagens;
  • difamação da candidata, atribuindo a ela fato que seja ofensivo a sua reputação e a sua honra;
  • desvio de recursos de campanhas das candidaturas femininas para as masculinas.

Já eleitas, as mulheres são vítimas de violência, quando:

  • não são indicadas como titulares em comissões, nem líderes dos seus partidos ou relatoras de projetos importantes;
  • são constantemente interrompidas em seus lugares de fala;
  • são excluídas de debates;
  • são questionadas sobre sua aparência física e forma de vestir;
  • são questionadas sobre suas vidas privadas (relacionamentos, sexualidade, maternidade).

Há também algumas práticas invisíveis:

  • violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao redor a acharem que ela enlouqueceu;
  • quando o homem explica à mulher coisas simples, como se ela não fosse capaz de compreender;
  • a constante interrupção, impedindo a mulher de concluir pensamentos ou frases;

quando um homem se apropria da ideia de uma mulher.

Canais para denúncia

Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180: registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes. O serviço também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias de Atendimento à Mulher, Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. O Ligue 180 atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros 16 países.

Fale Conosco da Câmara dos Deputados: canal de atendimento eletrônico ao cidadão, para envio de reclamações, denúncias, sugestões, elogios, manifestações, solicitações de informação e recebimento de resposta da Câmara dos Deputados.

O registro de mensagens pelo Fale Conosco pode ser realizado em qualquer dia da semana, a qualquer horário.

Sancionada lei contra abuso de animais

O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta terça-feira (29), em cerimônia no Palácio do Planalto, a lei que aumenta as penas para quem maltratar cães e gatos. O crime passa a ser punido com prisão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda, a novidade do projeto. Antes, a pena era de detenção de três meses a um ano, além de multa.

Segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, o presidente não vetou nenhum dispositivo da nova legislação, oriunda do Projeto de Lei 1095/19, de autoria do deputado Fred Costa (Patriota-MG).

“Quem não demonstra amor por um animal como um cão, por exemplo, não pode demonstrar amor, no meu entender, por quase nada nessa vida”, afirmou Bolsonaro, durante a cerimônia.

A pena de reclusão da nova lei prevê cumprimento em estabelecimentos mais rígidos, como presídios de segurança média ou máxima. O regime de cumprimento de reclusão pode ser fechado, semiaberto ou aberto.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem 28,8 milhões de domicílios com, pelo menos, um cachorro e mais 11,5 milhões com algum gato.

O deputado Fred Costa destacou que, com a sanção da lei, quem cometer crime contra os animais terá punição efetiva. “A partir de hoje, quem cometer [crime] contra cão e gato vai ter o que merece: prisão. Este ato de hoje é em defesa dos animais, mas também é em defesa do ser humano, é em defesa da vida, porque aqueles que cometem crime contra os animais, estatisticamente, têm enorme propensão a cometer contra o ser humano”, afirmou o deputado.

Direito de estudar sem segregação!

Renata Abreu* – Nos últimos tempos, nossa Educação tem sido alvo de tentativas governamentais que, se concretizadas, comprometerão desastrosamente o ensino no país. Cortes significativos no orçamento ou remanejamento de recursos para investimentos em outras áreas, além da falta um plano de ação que ajude, pra valer, a alavancar o maior pilar de desenvolvimento socioeconômico da Nação. A educação inclusiva, que transforma a escola em um espaço para todos, é o mais recente alvo. O Decreto 10.502, editado dias atrás pelo presidente Jair Bolsonaro, é um banho de água fria em todos que batalham pela convivência social sem discriminação, principalmente profissionais da Educação e pais que sabem do potencial de seus filhos.

É um enorme retrocesso criar escolas e salas especiais para alunos com deficiência, quando deveríamos avançar cada vez mais na educação inclusiva, com base na igualdade de oportunidades. Ao flexibilizar a oferta da educação especial, permitindo que escolas regulares neguem matrículas para os estudantes com deficiência, sob a alegação de que o melhor para esses alunos é a escola especial, o decreto presidencial propaga a ideia de que um deficiente não pode se beneficiar do ambiente escolar. Ou seja, exclui a pessoa com deficiência de frequentar aulas regulares. Isso é segregação!

A mudança da oferta de vagas na Educação, além de inconstitucional, viola o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2018) e a Convenção das Organizações das Nações Unidas (ONU) sobre os direitos das pessoas com deficiência. Compete a nós, congressistas, mais uma vez impedir que se prejudique a Educação e que tamanha violação aos direitos constitucionais desses estudantes se consuma.

Há 30 anos, tínhamos, separadamente, escola regular e escola especial. A educação inclusiva surgiu justamente para acabar com isso, favorecendo a diversidade. A convivência entre crianças portadoras e as outras que não têm deficiência possibilitou o aprendizado das diferenças e a prepará-las para a vida em sociedade, lições de civilidade e convivência que não se encontra em nenhum livro.

O governo deveria dar um passo à frente, e não retroceder. Deveria aprimorar o modelo de educação inclusiva, fornecendo aos seus educadores capacitação continuada para lidar com esses alunos, melhorar a implementação de infraestrutura mais acessível nas escolas e aumentar a oferta de ensino no sistema educacional geral. Muitas escolas públicas não têm recursos financeiros para fazer as adaptações ou comprar os equipamentos necessários aos alunos com deficiência. O governo federal (e os estaduais também) precisa assumir sua responsabilidade com a Educação, canalizando recursos para suprir essas carências.

Já está mais do que provado que a interação entre crianças com deficiência e as demais auxilia no processo de aprendizagem. A educação inclusiva é mais do que necessária para permitir que todos tenham pleno acesso a uma formação escolar de qualidade.

Todos têm o direito de viver de forma plural. Esse é o verdadeiro sentido da vida em sociedade. E todos nós ganhamos quando um jovem com deficiência aprende a ler, escrever e passa a exercer sua vida dignamente, sem discriminação nem preconceito.

  • Renata Abreu é presidente nacional do Podemos e deputada federal por São Paulo

Cartilha Mais Mulheres na Política enfatiza importância de serem eleitas mulheres ao Parlamento

Por inciativa da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, continua à disposição do público a cartilha “Mais Mulheres na Política – Eleições 2020”, lançada no último mês de setembro.

A Secretaria da Mulher foi parceira da Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres (SNPM) na confecção da cartilha, destinada a orientar as candidatas nas eleições deste ano. Entre os assuntos apresentados, estão o histórico do voto feminino no Brasil, a importância de se eleger uma mulher para o Parlamento, além de informações sobre o planejamento da campanha, propaganda intrapartidária, financiamento coletivo, funções da vereadora e da prefeita.

Em quase 50 páginas, é possível conhecer mais sobre a história do voto feminino no Brasil; a importância de se elegerem mulheres; detalhes sobre os trabalhos de vereadoras e prefeitas; planejamento de campanhas; e um passo a passo para concorrer às eleições deste ano; entre outras informações. O objetivo é orientar candidatas em 2020 e estimular mais mulheres a concorrer a cargos públicos.

A cartilha destaca que, apesar de as mulheres representarem 52,5% do eleitorado, menos de 8 mil representantes do gênero feminino foram eleitas para mandatos nas câmaras municipais (13% das vagas em disputa) nas eleições de 2016, e apenas 636 mulheres foram eleitas para governar, o que representa 11,6% das prefeituras do País, e em municípios com menor densidade populacional e menor renda per capita.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

Senado mantém Painel de Violência contra as Mulheres

Por iniciativa do Observatório da Mulher contra a Violência, o Senado Federal mantém desde 2019 o Painel de Violência contra as Mulheres. Trata-se de uma ferramenta de consulta sobre indicadores, com acesso interativo, que relaciona dados de diversas fontes para oferecer um panorama da violência contra mulheres no Brasil.
O painel consolida, sistematiza e apresenta dados oficiais de homicídios, agravos de notificação da saúde (violência doméstica), ocorrências policiais e processos judiciais relacionados à violência contra mulheres no país e em cada estado nos últimos anos.
A tecnologia empregada permite a interação do usuário com os dados de forma dinâmica. Sendo possível explorá-los a partir de uma série de variáveis, com maior ou menor detalhe a depender da base de dados das quais são provenientes.
Em relação aos dados sobre os homicídios de mulheres, por exemplo, é possível filtrar as informações de registros de assassinatos por idade, estado civil, escolaridade e raça da vítima, bem como por local de óbito e causa básica da morte.
O cruzamento dessas informações pode subsidiar a avaliação e o aprimoramento de políticas de enfrentamento à violência letal contra mulheres, em diferentes faixas etárias ou níveis de escolaridade.
Desafios
Entre os desafios encontrados para o mapeamento desses dados desde a criação do Observatório da Mulher contra a Violência, em 2016, está a subnotificação — o que gera índices abaixo da realidade.
— A subnotificação tem alguns fatores determinantes, que vão desde a dificuldade na própria operacionalização dos registros, até problemas mais estruturais da sociedade, como a tolerância social à violência, a impunidade de agressores e a revitimização perpetrada por parte da rede que deveria acolher e dar apoio às vítimas — observa Henrique Marques Ribeiro.
O trabalho de monitoramento também esbarra em outra dificuldade, que é a colaboração indispensável de outros órgãos no fornecimento de informações atualizadas para alimentar o painel. Dessa forma, nem sempre os dados necessários para a compreensão e o enfrentamento mais efetivo do problema da violência contra mulheres são disponibilizados.
De acordo com ele, o Painel de Violência é, principalmente, um passo do Legislativo para uma integração com os demais Poderes no aprimoramento das políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres. O monitoramento permite o controle social necessário para a eficácia da legislação em vigor.
A elaboração do Painel de Violência contra as Mulheres, produzido com a colaboração do Prodasen, faz parte dos esforços do Instituto de Pesquisa DataSenado no aprimoramento das ferramentas para subsídio às avaliações de políticas públicas empreendidas pelo Senado.
Fonte: Agência Senado