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Os desafios das vereadoras na procuradoria especial da mulher: Uma perspectiva de Blumenau – SC

18 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

Estar à frente da Procuradoria Especial da Mulher em Blumenau, nos últimos dois anos, tem sido um grande desafio. Desde o início, sabia que a função exigiria sensibilidade, firmeza e responsabilidade. No entanto, a experiência superou todas as expectativas: só em 2024, realizamos mais de 500 atendimentos. O volume e a complexidade dos casos revelam que ainda temos um longo caminho pela frente na busca por respeito e equidade de gênero.

A Procuradoria tem o papel de acolher, orientar e encaminhar mulheres em situação de violência doméstica. Elas são direcionadas para políticas de assistência social, segurança e garantia de direitos. Muitas chegam sem saber por onde começar, com medo de julgamentos ou represálias. Na Câmara de Vereadores, encontram um ambiente neutro, com mulheres preparadas para ouvir e ajudar. Entretanto, cada história comprova a necessidade de mais políticas públicas.

Como vereadora, faço da pauta da mulher uma das minhas bandeiras prioritárias. Trabalho em projetos que promovam qualidade de vida, saúde feminina e acesso ao emprego. Exemplo disso é a Lei do Selo Empresa Amiga da Mulher, de minha autoria. Inclusive, ainda é um dos meus objetivos instituir o Conselho Municipal da Mulher e o Fundo Municipal da Mulher.

Apesar do comprometimento da nossa equipe e da Rede de Apoio ao Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar, da qual a Procuradoria faz parte, ainda enfrentamos barreiras, inclusive institucionais. Um dos maiores obstáculos é a resistência em abordar os direitos das mulheres em espaços que deveriam ser voltados à formação e conscientização.

Em muitos casos, tratar desses temas é rotulado como “politicagem”, numa tentativa de deslegitimar um trabalho sério, iniciado com a instauração da Procuradoria em agosto de 2021. Infelizmente, ainda há quem veja essas discussões como ideológicas ou partidárias, ignorando que estamos lidando com um problema social urgente, que atinge milhares de vidas diariamente.

Essa resistência reflete um cenário maior: a presença limitada de mulheres na política e nos espaços de poder. Blumenau passou oito anos sem eleger uma vereadora. Hoje, somos apenas duas entre quinze parlamentares. Isso mostra que, além dos desafios cotidianos enfrentados por todas as mulheres, as que ocupam cargos políticos ainda precisam romper estruturas historicamente excludentes.

A baixa representatividade feminina afeta diretamente a formulação de políticas públicas. Sem mulheres em posições de decisão, muitas demandas relevantes deixam de ser priorizadas. A Procuradoria da Mulher tem justamente a missão de ser uma voz firme e presente na Câmara, assegurando que essas pautas não sejam esquecidas ou descartadas.

Muitas vezes, a violência doméstica parece um tema distante para parte da sociedade. Mas sabemos que essa realidade não escolhe cor, classe social ou nível de escolaridade. Qualquer mulher pode se tornar vítima. Por isso, levar informação é fundamental.

Nos últimos anos, promovemos eventos, palestras e capacitações sobre a Lei Maria da Penha, acompanhamos julgamentos no Tribunal do Júri, fizemos campanhas contra o assédio e a importunação sexual e ainda realizamos ações em igrejas, farmácias, escolas, hospitais, terminais de ônibus, associações e clubes de mães. No entanto, para avançarmos de fato como sociedade, é essencial o apoio de entidades, do setor público e privado e, acima de tudo, da população. Isso inclui também o reconhecimento do trabalho das vereadoras como agentes transformadoras de realidades.

O caminho é árduo, mas necessário. A cada mulher acolhida e orientada, renovamos nosso compromisso com uma cidade mais justa. Sabemos que ainda há muito preconceito, desinformação e falta de empatia. Mas seguimos adiante porque acreditamos que esse trabalho transforma vidas. Que possamos continuar avançando, para que a Procuradoria da Mulher seja reconhecida como um espaço essencial na defesa da dignidade feminina.

A Procuradoria Especial da Mulher funciona na Câmara de Vereadores de Blumenau, na Rua XV de Novembro, 55, Centro, com atendimento presencial de segunda a sexta, das 7h às 19h. Fora desse horário, o contato pode ser feito pelos canais digitais e WhatsApp. A sala dos atendimentos leva o nome de Bernardete Libardo, em homenagem à líder comunitária vítima de feminicídio em 2019. O ex-companheiro dela, José Rufino, foi condenado a 18 anos de prisão.

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/dc1e90aa-53a6-4e29-89b7-fddf93034758.jpeg 1706 2560 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-18 09:30:102025-06-18 09:30:10Os desafios das vereadoras na procuradoria especial da mulher: Uma perspectiva de Blumenau – SC

CONSCIÊNCIA, ATITUDE E REPRESENTATIVIDADE.

17 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

Por Capitã Estéfane, Presidente Estadual do Podemos Mulher ES

A tomada de consciência é o primeiro passo para a mudança de qualquer realidade. Esta também é uma premissa básica quando o assunto é representatividade feminina e eu quero te ajudar nesta descoberta e consequente posicionamento que esta pauta requer.

Na minha caminhada política percebi que parece existir um “inconsciente coletivo” que ignora a problemática da baixa representatividade feminina, até o momento em que ela é verbalizada! Sim, nestas horas constatamos que o óbvio precisa ser dito e repetido até seja de fato evidente.

Todos concordam e reconhecem que as mulheres são a maioria da população brasileira, mas elas são quase inexistentes na ocupação de espaços de poder e decisão. O curioso é que o mandato político é conferido pela população e a população feminina que é maioria no Brasil e nos estados, não consegue se fazer representar, de maneira proporcional nos espaços políticos.

Não precisamos fazer um longo recorte histórico para perceber a necessidade de mais mulheres ocuparem espaços de poder e decisão na política. Aqui no Espírito Santo temos hoje, no executivo municipal, menos de 3% de mulheres eleitas (02 prefeitas entre os 78 municípios, nenhuma delas na região metropolitana), no executivo estadual, historicamente nenhuma mulher foi eleita.

Quando falamos de mandatos legislativos, temos 01 mulher eleita deputada federal (de 10 cadeiras), 04 deputadas estaduais (em um universo de 30 parlamentares), 87 vereadoras (dentre as 860 cadeiras disponíveis nos 78 municípios) e nenhuma senadora! E eu fiz questão de deixar os números em algarismos para que o contraste seja percebido!

O que esses números nos dizem, sabendo que as mulheres representam 51,2% da população capixaba? O que esta realidade fática de nenhuma representação no senado e no executivo estadual, 2,56% no executivo municipal e em torno de 10% do parlamento municipal, estadual e federal nos mostra?

Antes de falarmos dos porquês é importante ressaltar o para que! Você já parou para pensar: para que precisamos de mais mulheres na política? Com o que uma mulher governadora, prefeita, senadora, deputada ou vereadora pode contribuir com a sociedade? É importante que elas participem das construções de políticas públicas sendo a maioria da população? Essas e diversas outras perguntas aparecem quando rompemos com o silêncio do “inconsciente coletivo”.

Agora sim, depois de te provocar à reflexão, vamos tentar responder juntos:  por que temos tão poucas mulheres eleitas? Será que as mulheres não são candidatas? Não gostam de política? Não querem participar e contribuir? Não votam em mulheres? Não têm consciência da importância da representatividade? Não se importam com a máxima “quem não é visto não é lembrado”? Não se importam com política e com a resolução dos problemas da sociedade? Não se importam em ser minoria na política quando são a maioria populacional?

Todas essas perguntas nos provocam a um despertamento próprio, das demais mulheres e da sociedade em geral sobre a importância da representatividade feminina. Estar representada com legitimidade e com voz ativa nos espaços de debate, poder e decisão fará com que as mulheres sejam mais respeitadas em toda a sociedade.

A representatividade também possibilita o aumento de ferramentas para enfrentar o preconceito e a violência contra a mulher em todos os espaços (dentro de casa, nos espaços públicos e corporativos e na política). Além disso, as mulheres que são tão presentes em todas as fases da vida familiar, poderão agregar valor na construção de políticas públicas eficientes em todas as áreas e demandas sociais.

Eu tomei como ponto de partida a realidade do meu estado, que é uma das piores do país quando o assunto é representatividade feminina, apenas para te provocar a uma reflexão: se somos maioria e sempre há mulheres candidatas, porque não procurar votar em mulheres? Olhar para as candidatas e escolher entre elas uma representante? Com esta simples atitude teremos o poder de mudar radicalmente esse quadro e usar a nossa força a nosso favor.

 

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/Capita-Estefane.webp 1080 1920 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-17 16:23:012025-06-18 16:36:48CONSCIÊNCIA, ATITUDE E REPRESENTATIVIDADE.

Quantas crianças e mulheres precisam ser violentadas para o Brasil agir?

16 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

Enquanto criminosos reincidem, crianças e mulheres seguem sendo estupradas todos os dias. O Brasil precisa agir com firmeza, e agora.

Enquanto o debate se arrasta nos corredores do Congresso, milhares de meninas, meninos e mulheres são violentados todos os anos no nosso país. É uma epidemia silenciosa que destrói vidas e traumatiza famílias há décadas. Segundo o Mapa da Segurança Pública de 2025, divulgados na última quarta-feira (11) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, os casos de estupro chegaram a 83.114 – o maior número dos últimos cinco anos.

Em média, foram 227 pessoas estupradas por dia, sendo 86% do sexo feminino. O estado de São Paulo liderou em números absolutos, com 15.989 casos. Já nas taxas por 100 mil habitantes, o maior índice foi registrado em Rondônia (87,73), seguido por Roraima (84,68) e Amapá (81,96). São vidas destruídas, traumas irreparáveis, famílias dilaceradas. Não dá para permanecer de braços cruzados. A reincidência em crimes sexuais segue alta, e o país tem o dever moral de proteger os vulneráveis.

Não dá mais para aceitar que milhares de meninas e mulheres sejam violentadas enquanto o Congresso segue paralisado.

Por isso, a castração química, já adotada em vários países, precisa avançar no Brasil. Não é vingança. É proteção. É prevenção. Dados internacionais mostram que a reincidência entre estupradores e pedófilos pode chegar a 30% a 40%, a depender do perfil e da ausência de tratamento adequado. É um risco que o Estado não pode mais tolerar.

Em dezembro de 2024, a Câmara dos Deputados deu um passo importante ao aprovar (com 267 votos a favor e 85 contra) a proposta que permite a aplicação da castração química em condenados reincidentes por crimes sexuais. Mas o projeto precisa avançar: está parado no Senado. No Brasil, o debate avança, mas a passos lentos. Outro PL sobre esse tema já foi aprovado na CCJ do Senado. A medida tem o apoio da maioria da população brasileira.

Este não é um debate novo. Países como Estados Unidos (Califórnia, Flórida), Polônia, Coreia do Sul e Argentina já adotaram a castração química para impedir reincidência. E na Europa, o Reino Unido discute atualmente. O tratamento é não invasivo e reversível, realizado sob rigoroso acompanhamento médico, com aplicação de hormônios que reduzem a testosterona e, consequentemente, a libido. Não é uma punição física. É uma medida profilática que busca reduzir riscos à sociedade.

Paralelamente, em novembro do ano passado, aprovou-se o Cadastro Nacional de Pedófilos, sancionado pela Lei 15.035/24. Embora a norma mereça cautela quanto à exposição pública dos dados antes do trânsito em julgado, trata-se de um instrumento importante para a proteção da sociedade. Entre 2015 e 2021, foram registrados mais de 200 mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde – na maioria meninas, e com agressores próximos. É um cenário brutal que exige uma resposta firme e integrada do Estado.

É fundamental entender que a castração química não substitui a prisão nem diminui a gravidade dos crimes. Pelo contrário: é um mecanismo complementar à pena que busca evitar que estupradores e pedófilos reincidam assim que deixam o sistema prisional.

Alguns opositores levantam questões éticas. Mas é preciso lembrar que os direitos humanos começam pelo direito à vida e à integridade das nossas crianças e mulheres. Nenhum direito individual do agressor pode se sobrepor ao dever da sociedade de proteger suas vítimas mais vulneráveis. Ao defender essa política, não buscamos vingança, buscamos prevenção. Não queremos punir além da pena, mas impedir que mais vítimas sejam geradas por criminosos com histórico de reincidência. A realidade grita: milhares de estupros todos os anos no Brasil. As vítimas não podem esperar mais.

Como parlamentar e mãe, reafirmo meu compromisso com essa causa. Continuarei lutando por leis que protejam essas vítimas e fortaleçam a resposta do Estado contra esses crimes bárbaros e hediondos.

Cortar o mal pela raiz é um dever moral de todos nós.

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/54485707944_0b84c0e953_c.jpg 533 799 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-16 14:03:192025-06-16 14:03:19Quantas crianças e mulheres precisam ser violentadas para o Brasil agir?

Projeto de Renata Abreu por mais proteção às mulheres avança na Câmara

12 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

O combate à violência contra a mulher deu mais um passo no Congresso. Foi aprovado hoje (11), na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara, o Projeto de Lei 3893/2024, da deputada Renata Abreu (Podemos-SP), que cria o marco legal das Rondas Maria da Penha — serviço voltado à fiscalização de medidas protetivas e ao apoio direto a mulheres em situação de risco.

“O serviço já mostrou seu valor na prática. Agora queremos que as Rondas tenham atribuições bem definidas e um padrão de atuação nacional”, afirma Renata Abreu.

Inspiradas na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), as Rondas já operam em diversos estados, mas sem uma padronização nacional. O projeto propõe diretrizes claras e unificadas para garantir um padrão de qualidade e cobertura em todo o país. Entre as funções previstas estão:

  • Fiscalizar o cumprimento das medidas protetivas;
  • Realizar policiamento ostensivo e preventivo;
  • Promover visitas periódicas às vítimas;
  • Garantir o cumprimento de decisões judiciais;
  • Conduzir ações educativas e treinamentos;
  • Integrar-se à rede de proteção às mulheres;
  • Organizar bancos de dados para planejamento de ações.

O texto também prevê que cada equipe das Rondas tenha pelo menos uma policial militar mulher e que os PMs sejam capacitados para atuar no enfrentamento da violência contra a mulher. Esses profissionais devem atuar de forma exclusiva no serviço.

Cada unidade também deverá enviar relatórios mensais de atividades às secretarias estaduais de Segurança Pública.

BONS RESULTADOS

Experiências locais comprovam a eficácia do serviço. No Rio Grande do Sul, a chamada Patrulha Maria da Penha funciona desde 2012, com visitas diárias e integração com o Judiciário.

Na Bahia, por exemplo, o projeto foi criado em 2015 pela tenente-coronel Denice Santiago e hoje conta com mais de 20 unidades, que realizam visitas regulares e monitoram o cumprimento das medidas protetivas.

“Com a aprovação do projeto, esperamos ampliar a eficácia da resposta estatal à violência doméstica e consolidar o papel da Polícia Militar na proteção das mulheres brasileiras”, conclui Renata Abreu.

Texto – Lola Nicolás
Foto – Robert Alves

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/54534630883_310bcf394f_k.webp 1152 2047 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-12 13:45:312025-06-16 13:50:29Projeto de Renata Abreu por mais proteção às mulheres avança na Câmara

A dor que se repete é também um chamado à responsabilidade

9 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

O combate ao feminicídio é dever de todos — especialmente de quem governa.

Escrevo este artigo não apenas como dirigente partidária, mas como mulher, cidadã e alguém que se recusa a aceitar que a morte de mulheres seja parte da rotina social. É inadmissível que, em pleno 2025, ainda estejamos debatendo o básico: o direito das mulheres à vida e à segurança. Mas, infelizmente, os números e os fatos mostram que estamos longe de garantir isso.

Até abril deste ano, o Brasil já registrou dezenas de casos de feminicídio apenas em um único estado. No Rio Grande do Sul, foram 31 feminicídios confirmados — sendo seis em apenas um dia, durante o feriado da Páscoa. Essas mortes ocorreram em diferentes cidades, mas compartilham um mesmo traço: a violência de gênero que persiste, silenciosa e muitas vezes naturalizada.

Esses números não são apenas estatísticas; representam vidas interrompidas, famílias devastadas e uma sociedade que ainda falha em proteger suas mulheres. A maioria dos casos envolve companheiros ou ex-companheiros das vítimas, evidenciando a persistência da violência de gênero como um fenômeno estrutural.

Temos no Brasil legislações robustas, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, além de medidas como Delegacias da Mulher, medidas protetivas, tornozeleiras eletrônicas e a Delegacia Online da Mulher. No papel, esses instrumentos parecem suficientes. Mas, na prática, ainda há uma enorme distância entre a legislação e a realidade das mulheres que vivem em situação de violência.

Faltam estruturas adequadas. Faltam profissionais capacitados e com sensibilidade. Faltam abrigos seguros. Em muitas cidades do interior, sequer há delegacias especializadas. O atendimento é precário, desumanizado, e em alguns casos, inexistente.

Ainda assim, não se trata apenas de infraestrutura. Trata-se de prioridade política. O combate à violência de gênero precisa ser mais do que um discurso em datas simbólicas. Precisa ser política pública com orçamento garantido, planejamento contínuo e escuta ativa das mulheres.

É verdade que houve alguns avanços. As Salas das Margaridas, o aumento do uso de tornozeleiras eletrônicas e a ampliação de canais de denúncia são passos importantes. No entanto, sozinhos, não bastam. Precisamos de uma política ampla, integrada e eficiente — que não trate a violência como um problema isolado, mas como um reflexo de desigualdades históricas e estruturais.

Enquanto militantes, lideranças e representantes de movimentos de mulheres, temos um papel central nesse processo. É nossa responsabilidade cobrar, propor, fiscalizar e construir pontes entre as necessidades da base e a atuação institucional. Nosso compromisso deve ser com a vida, com a justiça e com o futuro de meninas e mulheres que não podem mais esperar.

Mas essa luta não é apenas nossa. É da sociedade como um todo. Precisamos formar uma cultura de não violência, de respeito e de equidade. Isso começa na educação, nas famílias, nas redes sociais, no ambiente de trabalho. Todos e todas somos responsáveis por mudar essa realidade.

Por fim, deixo aqui um apelo e um compromisso: não podemos aceitar a dor como algo normal. Cada mulher que morre é uma derrota coletiva. Mas também é um chamado à ação. Que possamos transformar o luto em luta — e a indignação em transformação.

Ainda há tempo. E há força. Que sigamos em frente. Juntas.

 

Wine Dandara Mesquita de Medeiros

Presidente Municipal do Podemos Mulher de Porto Alegre e Vice-Presidente do Podemos Mulher do RS

 

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/wine-dandara.webp 1080 1920 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-09 22:01:282025-06-10 19:51:14A dor que se repete é também um chamado à responsabilidade

Educação como combate ao feminicídio

5 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

Deisi Maranata (*)

Os números são alarmantes. Dados recentes divulgados no Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que o Brasil registrou 1.463 casos de mulheres que foram vítimas de feminicídio em 2024, o que equivale a 1 caso a cada 6 horas, e o maior número registrado desde que a lei contra feminicídio foi criada, em 2015.

O feminicídio é um crime marcado pela violência extrema contra mulheres, motivado muitas vezes pelo simples fato de serem do sexo feminino. Ele se refere ao assassinato de mulheres dentro de uma desigualdade de gênero e de violência, e entre as suas diversas causas está o machismo estrutural, a cultura do estupro, a falta de políticas públicas eficazes de prevenção e combate à violência de gênero.

Os dados revelam que 18 estados apresentaram uma taxa de feminicídio acima da média nacional, de 1,4 mortes para cada 100 mil mulheres. O estado com a maior taxa no ano passado foi Mato Grosso, com 2,5 mulheres mortas por 100 mil. Empatados em segundo lugar, os estados mais violentos para mulheres foram Acre, Rondônia e Tocantins, com taxa de 2,4 mortes por 100 mil. Na terceira posição aparece o Distrito Federal, cuja taxa foi de 2,3 por 100 mil mulheres no ano passado.

Mas me parece que aqui não cabe discutir ou expor apenas as consequências. Políticas públicas, sejam elas federais, estaduais ou municipais, demonstram pouca preocupação com a continuidade dos casos envolvendo os mesmos personagens. Ou seja: as mesmas mulheres fazem as mesmas denúncias envolvendo, em grande quantidade, os mesmos personagens masculinos. As orientações públicas sobre o feminicídio não são eficazes para prevenir e combater a violência contra as mulheres.

E por que isso acontece? Entendo que uma resposta é o não entendimento que a causa pode ser tratada, que os agressores devem e podem receber orientação capaz de contornar a conduta agressiva contra as mulheres. A falta de educação e conscientização sobre a igualdade de gênero contribui para a perpetuação desse tipo de crime. A isso se associa a impunidade dos agressores que não são responsabilizados pelos seus atos, o que cria um ciclo de violência que se repete continuamente. Além disso, a falta de políticas públicas eficazes para prevenir e combater a violência contra as mulheres também é um grande problema.

Não nos cabe aqui apresentar uma solução definitiva para acabar com o feminicídio porque são diversos os fatores que levam homens a agredir ou matar seus parceiros, parentes ou estranhos do sexo feminino. Sendo assim, precisamos desenvolver Estados que entendam as causas, que podem ser diversas dependendo da região do país. Um morador do Rio Grande do Sul pode ter uma formação diferente de um homem do Centro-Oeste, ou ainda do Sudeste, ou do Nordeste.

A partir dos dados estaduais, que poderiam estar dentro do escopo de trabalho do Ministério das Mulheres e do Ministério da Educação, poderíamos entender as causas dos assassinatos de mulheres em todo o país. Muitos esforços estão sendo feitos, mas é necessário que sejam iniciados com meninos do ensino público fundamental para conscientizar a sociedade futura sobre o problema da violência contra as mulheres.

Alguns municípios já adotam políticas públicas de engajamento estudantil, com a realização de palestras nas escolas, com o intuito de promover espaços de reflexão sobre os relacionamentos e seus limites. Junto a isso, e buscando ampliar a conscientização e promover a mudança de comportamento, grupos reflexivos com homens têm contribuído para por fim aos relacionamentos abusivos. Desta forma, estaremos colocando um ponto final nos ciclos de violência das atuais e futuras relações afetivas.

Já existem relatos de homens que demonstram interesse em aprender como lidar com suas limitações à relevância da mulher em nossa sociedade e o espaço que ocupam no cotidiano de uma família.


Estas são duas iniciativas que podem ser adotadas ou ampliadas no escopo daquelas cidades que ainda nada fazem para estancar a agressividade contra as mulheres. Não podemos mais admitir que gestores públicos não olhem para esta realidade, para esta violência contra as mulheres como algo a ser combatido juntamente com outros descompassos sociais.

Resta ao poder público, em parceria com o Poder Judiciário, entender a oportunidade que existe com a criação de grupos reflexivos para os homens e, quanto antes começarmos, mais cedo conseguimos colocar fim à tragédia que assola mulheres de todas as classes sociais pelo país afora. Senhores prefeitos, governadores e presidente, a hora de tomar uma atitude é agora antes que as estatísticas oficias, ou não, nos tragam novos dados chocantes de agressividade contra as mulheres brasileiras.

 

(*) Primeira dama de Guaíba (RS) e presidente do Podemos Mulher RS

 

 

 

 

 

 

 

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/Deise-Maranata.webp 1080 1920 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-05 12:28:572025-06-05 12:28:57Educação como combate ao feminicídio

A Imperiosa Necessidade da Inserção Feminina na Política

3 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

Por Alessandra Algarin, Presidente Estadual do Podemos Mulher São Paulo

A participação da mulher na política é um imperativo categórico para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e democrática. A ausência histórica das mulheres nos espaços de poder e decisão política reflete a desigualdade de gênero que persiste em nossa sociedade, perpetuando uma dinâmica de exclusão e silenciamento.

A Importância da Representatividade

A presença de mulheres na política é fundamental para garantir que suas vozes e perspectivas sejam ouvidas e consideradas nas decisões que afetam a sociedade como um todo. Além disso, a representatividade feminina na política serve como um modelo de liderança e inspiração para outras mulheres e meninas, demonstrando que é possível romper com os estereótipos e preconceitos que as mantêm afastadas dos espaços de poder.

Desafios e Obstáculos

No entanto, a inserção da mulher na política ainda enfrenta desafios significativos, como a subrepresentação nos espaços de poder, o machismo e o sexismo institucionalizados, além da falta de apoio e recursos para as mulheres que desejam se candidatar e se manter na política. Esses obstáculos refletem a complexidade da luta pela igualdade de gênero e a necessidade de uma abordagem multifacetada para superá-los.

Ações para Promover a Inserção Feminina

Para promover a inserção da mulher na política, é fundamental implementar políticas de inclusão, como cotas e programas de apoio, além de educar e conscientizar a sociedade sobre a importância da participação da mulher na política. Além disso, é essencial apoiar e votar em candidatas mulheres que sejam comprometidas com a igualdade de gênero e a justiça social, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e consideradas nos espaços de poder.

Conclusão

Em resumo, a inserção da mulher na política é um passo fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É necessário que as mulheres sejam representadas nos espaços de poder e decisão política, para que suas vozes e perspectivas sejam ouvidas e consideradas. Juntos, PODEMOS trabalhar para criar um futuro mais igualitário e justo para todos.

 

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/Alessandra-Algarin.webp 1080 1920 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-03 10:24:202025-06-03 10:24:20A Imperiosa Necessidade da Inserção Feminina na Política

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