A urgência de ampliar a participação feminina na política
Por Márcia Pinheiro, Presidente Nacional do Podemos Mulher
Apesar dos avanços democráticos das últimas décadas, a participação das mulheres na política brasileira ainda está longe de refletir a realidade do nosso país. Somos mais da metade da população e do eleitorado, mas seguimos sub-representadas nos espaços de decisão. Essa disparidade não é apenas um problema de representatividade, mas uma limitação concreta à qualidade da democracia e à diversidade de visões na formulação de políticas públicas.
Dados recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que o número de mulheres filiadas a partidos políticos é expressivo — mais de 8 milhões em 2022 —, representando cerca de 44% do total de filiados no Brasil. No entanto, essa presença nos diretórios partidários não tem se traduzido em candidaturas viáveis, tampouco em mandatos eletivos. Em 2020, apenas 16% dos eleitos nos municípios foram mulheres. No Congresso Nacional, após as eleições de 2022, as mulheres passaram a ocupar 17,7% das cadeiras da Câmara dos Deputados, número ainda distante da paridade desejável.
Pesquisas também apontam que a presença feminina na política tem impacto direto na agenda pública. Quando mulheres ocupam cargos de decisão, há maior atenção a pautas como saúde, educação, combate à violência e políticas de cuidado — áreas que afetam diretamente a vida da maioria da população. Ampliar essa presença, portanto, não é apenas uma questão de justiça, mas de eficiência na gestão pública.
O Podemos Mulher acredita que não há democracia plena sem equidade de gênero. É preciso ir além das cotas formais e investir em formação, apoio técnico e visibilidade. Defendemos uma política centrada nas pessoas, e isso inclui garantir que as mulheres tenham vez, voz e poder de decisão. A equidade não pode ser vista como favor ou concessão, mas como um princípio básico de representatividade e compromisso com o futuro do país.
A boa política exige pluralidade. E uma democracia forte só será possível quando a participação feminina deixar de ser exceção e passar a ser regra. O Brasil precisa das mulheres na política — não apenas como eleitoras ou apoiadoras, mas como protagonistas da mudança que desejamos construir.
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