CONSCIÊNCIA, ATITUDE E REPRESENTATIVIDADE.
Por Capitã Estéfane, Presidente Estadual do Podemos Mulher ES
A tomada de consciência é o primeiro passo para a mudança de qualquer realidade. Esta também é uma premissa básica quando o assunto é representatividade feminina e eu quero te ajudar nesta descoberta e consequente posicionamento que esta pauta requer.
Na minha caminhada política percebi que parece existir um “inconsciente coletivo” que ignora a problemática da baixa representatividade feminina, até o momento em que ela é verbalizada! Sim, nestas horas constatamos que o óbvio precisa ser dito e repetido até seja de fato evidente.
Todos concordam e reconhecem que as mulheres são a maioria da população brasileira, mas elas são quase inexistentes na ocupação de espaços de poder e decisão. O curioso é que o mandato político é conferido pela população e a população feminina que é maioria no Brasil e nos estados, não consegue se fazer representar, de maneira proporcional nos espaços políticos.
Não precisamos fazer um longo recorte histórico para perceber a necessidade de mais mulheres ocuparem espaços de poder e decisão na política. Aqui no Espírito Santo temos hoje, no executivo municipal, menos de 3% de mulheres eleitas (02 prefeitas entre os 78 municípios, nenhuma delas na região metropolitana), no executivo estadual, historicamente nenhuma mulher foi eleita.
Quando falamos de mandatos legislativos, temos 01 mulher eleita deputada federal (de 10 cadeiras), 04 deputadas estaduais (em um universo de 30 parlamentares), 87 vereadoras (dentre as 860 cadeiras disponíveis nos 78 municípios) e nenhuma senadora! E eu fiz questão de deixar os números em algarismos para que o contraste seja percebido!
O que esses números nos dizem, sabendo que as mulheres representam 51,2% da população capixaba? O que esta realidade fática de nenhuma representação no senado e no executivo estadual, 2,56% no executivo municipal e em torno de 10% do parlamento municipal, estadual e federal nos mostra?
Antes de falarmos dos porquês é importante ressaltar o para que! Você já parou para pensar: para que precisamos de mais mulheres na política? Com o que uma mulher governadora, prefeita, senadora, deputada ou vereadora pode contribuir com a sociedade? É importante que elas participem das construções de políticas públicas sendo a maioria da população? Essas e diversas outras perguntas aparecem quando rompemos com o silêncio do “inconsciente coletivo”.
Agora sim, depois de te provocar à reflexão, vamos tentar responder juntos: por que temos tão poucas mulheres eleitas? Será que as mulheres não são candidatas? Não gostam de política? Não querem participar e contribuir? Não votam em mulheres? Não têm consciência da importância da representatividade? Não se importam com a máxima “quem não é visto não é lembrado”? Não se importam com política e com a resolução dos problemas da sociedade? Não se importam em ser minoria na política quando são a maioria populacional?
Todas essas perguntas nos provocam a um despertamento próprio, das demais mulheres e da sociedade em geral sobre a importância da representatividade feminina. Estar representada com legitimidade e com voz ativa nos espaços de debate, poder e decisão fará com que as mulheres sejam mais respeitadas em toda a sociedade.
A representatividade também possibilita o aumento de ferramentas para enfrentar o preconceito e a violência contra a mulher em todos os espaços (dentro de casa, nos espaços públicos e corporativos e na política). Além disso, as mulheres que são tão presentes em todas as fases da vida familiar, poderão agregar valor na construção de políticas públicas eficientes em todas as áreas e demandas sociais.
Eu tomei como ponto de partida a realidade do meu estado, que é uma das piores do país quando o assunto é representatividade feminina, apenas para te provocar a uma reflexão: se somos maioria e sempre há mulheres candidatas, porque não procurar votar em mulheres? Olhar para as candidatas e escolher entre elas uma representante? Com esta simples atitude teremos o poder de mudar radicalmente esse quadro e usar a nossa força a nosso favor.
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