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“NÃO NOS MATE”: O GRITO DAS MULHERES DO ACRE CONTRA O FEMINICÍDIO

26 de agosto de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

Por Luiza Araujo – Presidente Estadual do Podemos Mulher do Acre

 

Na última sexta-feira de julho, 25/07, estive nas ruas ao lado de dezenas de mulheres acreanas pedindo por uma frase curta, mas urgente: “NÃO NOS MATE”. Esse não é apenas um slogan de protesto, mas um pedido de socorro. Um grito que nasce da dor de ver nossas mães, irmãs, filhas e amigas sendo vítimas de uma violência que insiste em permanecer entre nós: o feminicídio.

 

O Acre figura entre os estados com as maiores taxas de feminicídio da Região Norte. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023 a taxa foi de 1,7 mortes por 100 mil mulheres, acima da média nacional de 1,4 (Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, FBSP). Em números absolutos, foram 15 feminicídios apenas no ano passado no estado (Fonte: FBSP 2024). Cada caso carrega uma tragédia, muitas vezes marcada por histórico de violência doméstica e omissão do Estado.

 

Esse não é apenas um tema de segurança pública, é também uma causa que me toca profundamente. Em 2009, perdi uma sobrinha para o feminicídio, e desde então, essa luta passou a fazer parte da minha vida de forma muito mais próxima. Como mãe solo, enfrentei desafios importantes, inclusive um relacionamento abusivo. Já vivi momentos difíceis com relação à guarda dos meus filhos e acompanhei de perto a dor de crianças que perderam suas mães de maneira violenta. Tudo isso reforça meu compromisso em trabalhar por políticas que protejam e acolham as mulheres.

 

O Acre já conta com ferramentas legais como a Patrulha Maria da Penha (Fonte: Governo do Estado do Acre, 2023), mas ainda há muito a ser feito. A estrutura de atendimento às mulheres em situação de risco precisa ser ampliada. Falta capilaridade, integração entre os serviços e, sobretudo, vontade política. Em muitos municípios, mulheres com medida protetiva seguem expostas ao perigo por falta de fiscalização efetiva ou acolhimento imediato (Fonte: Relatório da Comissão de Direitos Humanos da ALEAC, 2023).

 

Nossa representatividade política também é escassa: das 24 cadeiras na Assembleia Legislativa, apenas três são ocupadas por mulheres (Fonte: Assembleia Legislativa do Acre, 2024). Isso se reflete na formulação de políticas públicas e no ritmo com que as mudanças chegam às que mais precisam.

 

Quando aceitei o convite da deputada federal Renata Abreu para liderar o Podemos Mulher no Acre, sabia da responsabilidade que estava assumindo. O Podemos é um partido que acredita no protagonismo feminino, e aqui no estado essa bandeira precisa ser ainda mais firme. Estamos mobilizando, ouvindo, acolhendo e propondo. Esse movimento é coletivo. E está crescendo.

 

Nosso objetivo é fortalecer a rede de proteção já existente, fiscalizar sua atuação e garantir que nenhuma mulher que denuncie volte para casa com medo. Também queremos ampliar os canais de escuta, oferecer capacitação e garantir políticas públicas estruturadas, que olhem para a mulher como cidadã, não como estatística.

 

O grito continua: não nos matem.
Mas junto dele, nasce uma nova promessa: nós vamos enfrentar. E transformar.

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/08/Luiza-em-HD.png 1024 1536 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-08-26 11:08:092025-09-09 10:13:52“NÃO NOS MATE”: O GRITO DAS MULHERES DO ACRE CONTRA O FEMINICÍDIO

Marco Legal Ronda Maria da Penha é aprovado em Comissão da Mulher e dá grande passo em prol do combate a violência de gênero

7 de julho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

 

Engajado pela Presidente do Podemos Mulher Nacional, Márcia Pinheiro, projeto visa equipes especializadas e ao menos uma mulher policial nas rondas 

 

O Brasil é, tragicamente, um dos países mais perigosos do mundo para ser mulher. Em média, 10 mulheres são assassinadas por dia no país, segundo o Atlas da Violência. Em 2024, foram registrados 1.450 feminicídios, um aumento de 12% em relação ao ano anterior, conforme dados da Agência Brasil. Foram computados quatro feminicídios por dia, uma mulher morta a cada seis horas… A cada linha desse artigo que você lê, uma vida está em risco, e isso não pode ser tratado como algo comum ou banal!

O que esses números nos dizem não é apenas estatística. Eles gritam por urgência, estrutura e ação política efetiva. E é diante desse cenário devastador que nasce uma proposta estruturante, com potencial real de salvar vidas: o Marco Legal das Rondas Maria da Penha – um projeto de lei que está sendo encorajado a partir do diálogo entre Márcia Pinheiro, presidente do Podemos Mulher Nacional, e Renata Abreu, deputada federal por São Paulo e Presidente Nacional do partido.

 

Uma força policial especializada, humanizada e com presença feminina obrigatória

O projeto de lei busca criar diretrizes nacionais para o funcionamento das rondas especializadas no acompanhamento de mulheres que possuem medidas protetivas expedidas pela Justiça. 

A proposta determina que cada equipe seja formada por policiais capacitados e, obrigatoriamente, tenha ao menos uma policial militar mulher, garantindo acolhimento, sensibilidade e preparo técnico no atendimento.

Essas rondas atuarão diretamente na fiscalização do cumprimento das medidas protetivas, com visitas regulares às vítimas, monitoramento da situação de risco e encaminhamentos necessários ao Ministério Público e à Polícia Civil, principalmente em casos de reincidência. É o Estado presente onde antes só havia silêncio e medo.

 

Uma política pública nacional, padronizada e efetiva

Hoje, as Rondas Maria da Penha existem de forma isolada em alguns estados e municípios, mas não há uma legislação federal que padronize, estruture e garanta a continuidade dessas ações. 

Com o PL 3.893/2024, apresentado por Renata Abreu e aprovado na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, o Brasil poderá finalmente dar um passo firme na direção de uma política nacional de proteção.

A proposta estabelece princípios claros: capacitação contínua das equipes, articulação entre órgãos de segurança e justiça, relatórios mensais para fiscalização e, principalmente, respeito e dignidade às vítimas de violência doméstica.

 

Uma conquista nascida da escuta e do compromisso com a vida das mulheres

Esse projeto não nasceu em gabinetes isolados. Ele é fruto do trabalho diário do Podemos Mulher Nacional, que percorre o Brasil escutando histórias, acolhendo dores e transformando pautas em propostas. Márcia Pinheiro, presidente do movimento, levou essa demanda diretamente à liderança do partido, e encontrou em Renata Abreu o respaldo político, técnico e institucional para colocá-la em pauta.

Essa união representa o que o Podemos tem de mais valioso: lideranças que escutam, que propõem e que agem com coragem. 

E é com esse espírito que a matéria segue em tramitação nas Comissões de Segurança Pública e de Constituição e Justiça. Mas o impacto já começou.

 

Podemos: onde há risco, há reação

O Marco Legal das Rondas Maria da Penha é mais que um projeto de lei, é um símbolo de resistência institucional contra a barbárie. É o partido que mais cresce no Brasil, se posicionando como protagonista em uma das causas mais urgentes do país. E é também o reflexo de uma nova política, feita com preparo, sensibilidade e presença.

Enquanto números alarmantes continuam a chocar o país, como os 4.500 homicídios de mulheres registrados só em 2023, segundo o Mapa da Violência, o Podemos avança com a construção de um Brasil que proteja suas mulheres com presença, estrutura e empatia!

A política não pode esperar quando a vida está em risco. E é por isso que as mulheres do Podemos não apenas propuseram, elas agiram pelo bem maior!

Através do Podemos Mulher Nacional, o movimento tem sido a principal força de articulação dentro do partido para transformar dor em política pública, escuta em estratégia e urgência em ação.

 

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/02/Marcia-Pinheiro-Podemos-Mulher.webp 1080 1920 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-07-07 15:22:492025-07-07 15:28:13Marco Legal Ronda Maria da Penha é aprovado em Comissão da Mulher e dá grande passo em prol do combate a violência de gênero

A política que nos prometeu proteção, mas não nos salvou.

3 de julho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

Por Stephanie Jácomo, Presidente Estadual do Podemos Mulher Mato Grosso

Mesmo representando mais da metade da população brasileira, nós, mulheres, seguimos enfrentando diariamente o medo, a opressão e a violência. A cada hora, uma mulher é agredida fisicamente no Brasil. A cada dia, novas estatísticas reforçam uma triste realidade: ainda somos silenciadas, feridas e, muitas vezes, mortas — mesmo amparadas por uma das legislações mais completas do mundo, a Lei Maria da Penha.

Conforme o Mapa da Segurança Pública 2025, divulgado pelo Ministério da Justiça, o Brasil registrou 1.459 feminicídios em 2024, um número praticamente igual ao de 2023, que teve 1.449 casos. O dado escancara que, embora o país tenha conseguido reduzir homicídios dolosos em geral (queda de 6,3%), a violência letal contra a mulher continua estável, mostrando que as políticas públicas específicas para nós ainda não são eficazes.

E por que a Lei Maria da Penha, criada em 2006 e considerada uma das melhores do mundo no combate à violência doméstica, ainda não funciona como deveria?

A resposta é dura, mas necessária: não basta ter lei no papel se ela não é efetivada na prática. Falta estrutura, falta capacitação dos agentes públicos, falta rede de apoio bem articulada, principalmente nas regiões mais afastadas e vulneráveis. Em muitas cidades do interior, sequer existe uma Delegacia da Mulher funcionando 24 horas. As Casas Abrigo são poucas. As medidas protetivas, muitas vezes, não são cumpridas. E a impunidade ainda impera.

Outro dado alarmante é o número de estupros registrados em 2024: mais de 83 mil casos, segundo o mesmo relatório. Isso representa cerca de 228 mulheres violentadas sexualmente por dia — e sabemos que a subnotificação é enorme. Quantas ainda têm medo de denunciar? Quantas são desacreditadas pelas autoridades ou pelo próprio sistema de justiça?

Enquanto isso, o discurso institucional insiste em dizer que estamos avançando. Mas a pergunta que eu deixo é: avançando para quem? Porque para muitas mulheres, especialmente negras, periféricas, indígenas ou com deficiência, a realidade é a da exclusão completa do aparato de proteção.

Como mulher, mãe, cidadã e defensora dos direitos humanos, acredito que a transformação precisa começar com compromisso político real com a vida das mulheres. Precisamos de políticas públicas integradas e com orçamento garantido. Precisamos que a rede de enfrentamento funcione como uma engrenagem, e não como ilhas desconectadas. Precisamos de campanhas educativas permanentes, não apenas no Agosto Lilás. Precisamos, acima de tudo, que o Estado esteja ao lado das vítimas e não dos agressores.

A violência contra a mulher não é um problema privado. É um problema público, político e estrutural. E só vai mudar quando deixarmos de tratar a vida das mulheres como estatística e passarmos a tratá-la como prioridade.

O combate à violência de gênero exige mais que leis: exige vontade, ação e coragem. E coragem é o que não falta a nós, mulheres. O que falta, infelizmente, é que o Estado nos acompanhe com a mesma força.

 

Fontes:

Ministério da Justiça e Segurança Pública – Mapa da Segurança Pública 2025.

Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Lei nº 11.340/2006 – Lei Maria da Penha.

Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher.

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/07/Stephanie-Jacomo.webp 1080 1920 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-07-03 11:36:362025-07-03 11:37:48A política que nos prometeu proteção, mas não nos salvou.

É tempo de abrir caminhos para mais mulheres na política

2 de julho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

 

Por Dra. Glaucia Maia, presidente do Podemos Mulher-Ceará

 

Durante muito tempo, as mulheres ouviram que a política não era lugar para elas. Que o espaço público era naturalmente masculino. Que os debates políticos eram duros demais para a nossa sensibilidade. Que a maternidade, os cuidados com a casa e os chamados papéis “tradicionais” deveriam estar acima de qualquer outra aspiração. Assim, geração após geração, fomos sendo afastadas desses espaços, muitas vezes por convenções culturais, outras por inseguranças ou por receios sobre o que poderíamos realizar se tivéssemos as mesmas oportunidades.

Hoje, como mulher, cidadã, mãe, arquiteta e presidente do Podemos Mulher no Ceará, encaro esse cenário com um compromisso firme: o de contribuir para que barreiras antigas, que ainda permanecem, possam ser superadas. E para que mais mulheres se sintam preparadas e encorajadas a ocupar, com naturalidade, os espaços de poder que sempre foram nossos por direito.

Minha própria trajetória na vida pública começou a partir de uma motivação que é muito presente no universo feminino: o cuidado. Mas um cuidado que também é político. Quando estive como primeira-dama de Aracati, escolhi atuar com propósito. Esse trabalho foi, acima de tudo, um exercício de política transformadora, porque política, no fim das contas, é sobre cuidar das pessoas e melhorar suas vidas.

É esse entendimento que precisamos compartilhar: política não é apenas sobre disputas ou visibilidade. É, sobretudo, uma ferramenta de mudança. E quando as mulheres participam mais ativamente da política, ela ganha em escuta, sensibilidade e prioridade. Pesquisas mostram que, quando as mulheres são eleitas, há avanços importantes em áreas como saúde, educação e assistência social. Porque sabemos, por experiência, onde estão os maiores desafios e o que é necessário para enfrentá-los.

Ainda assim, a presença feminina nos espaços de poder segue sendo tímida. Não por falta de competência, mas por obstáculos que ainda persistem: culturais, estruturais, institucionais. Barreiras que vão desde a falta de incentivo na infância até o assédio político e a dificuldade de acesso a recursos de campanha.

Enfrentar essas barreiras exige estratégia e preparo. Por isso, no Podemos Mulher, o trabalho é com foco no fortalecimento da formação política feminina. Queremos que mais mulheres se sintam prontas, confiantes e apoiadas para se lançarem na vida pública, com conhecimento, com rede de apoio, com autoestima. Afinal, uma das marcas mais silenciosas do machismo é justamente nos fazer duvidar de nós mesmas.

Acreditamos que é hora de olhar para a política com novos olhos. De enxergar nela uma possibilidade real de transformação e pertencimento. E de reforçar que ocupar esse espaço não é um privilégio: é um direito.

A presença feminina na política fortalece a democracia. Amplia perspectivas. Enriquece o debate. Porque os desafios da sociedade exigem olhares diversos, vivências diferentes e soluções construídas a muitas mãos.

É por isso que sigo caminhando junto a tantas outras mulheres comprometidas com esse propósito. Para que meninas possam crescer sonhando com um país mais justo e mais representativo. Porque quando uma mulher entra na política, algo se transforma. E é essa mudança que queremos ver florescer: com coragem, sensibilidade e ação.

 

 

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/07/Glaucia-Maia-Ceara.webp 1080 1920 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-07-02 11:14:382025-07-03 11:23:42É tempo de abrir caminhos para mais mulheres na política

Os desafios das vereadoras na procuradoria especial da mulher: Uma perspectiva de Blumenau – SC

18 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

Estar à frente da Procuradoria Especial da Mulher em Blumenau, nos últimos dois anos, tem sido um grande desafio. Desde o início, sabia que a função exigiria sensibilidade, firmeza e responsabilidade. No entanto, a experiência superou todas as expectativas: só em 2024, realizamos mais de 500 atendimentos. O volume e a complexidade dos casos revelam que ainda temos um longo caminho pela frente na busca por respeito e equidade de gênero.

A Procuradoria tem o papel de acolher, orientar e encaminhar mulheres em situação de violência doméstica. Elas são direcionadas para políticas de assistência social, segurança e garantia de direitos. Muitas chegam sem saber por onde começar, com medo de julgamentos ou represálias. Na Câmara de Vereadores, encontram um ambiente neutro, com mulheres preparadas para ouvir e ajudar. Entretanto, cada história comprova a necessidade de mais políticas públicas.

Como vereadora, faço da pauta da mulher uma das minhas bandeiras prioritárias. Trabalho em projetos que promovam qualidade de vida, saúde feminina e acesso ao emprego. Exemplo disso é a Lei do Selo Empresa Amiga da Mulher, de minha autoria. Inclusive, ainda é um dos meus objetivos instituir o Conselho Municipal da Mulher e o Fundo Municipal da Mulher.

Apesar do comprometimento da nossa equipe e da Rede de Apoio ao Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar, da qual a Procuradoria faz parte, ainda enfrentamos barreiras, inclusive institucionais. Um dos maiores obstáculos é a resistência em abordar os direitos das mulheres em espaços que deveriam ser voltados à formação e conscientização.

Em muitos casos, tratar desses temas é rotulado como “politicagem”, numa tentativa de deslegitimar um trabalho sério, iniciado com a instauração da Procuradoria em agosto de 2021. Infelizmente, ainda há quem veja essas discussões como ideológicas ou partidárias, ignorando que estamos lidando com um problema social urgente, que atinge milhares de vidas diariamente.

Essa resistência reflete um cenário maior: a presença limitada de mulheres na política e nos espaços de poder. Blumenau passou oito anos sem eleger uma vereadora. Hoje, somos apenas duas entre quinze parlamentares. Isso mostra que, além dos desafios cotidianos enfrentados por todas as mulheres, as que ocupam cargos políticos ainda precisam romper estruturas historicamente excludentes.

A baixa representatividade feminina afeta diretamente a formulação de políticas públicas. Sem mulheres em posições de decisão, muitas demandas relevantes deixam de ser priorizadas. A Procuradoria da Mulher tem justamente a missão de ser uma voz firme e presente na Câmara, assegurando que essas pautas não sejam esquecidas ou descartadas.

Muitas vezes, a violência doméstica parece um tema distante para parte da sociedade. Mas sabemos que essa realidade não escolhe cor, classe social ou nível de escolaridade. Qualquer mulher pode se tornar vítima. Por isso, levar informação é fundamental.

Nos últimos anos, promovemos eventos, palestras e capacitações sobre a Lei Maria da Penha, acompanhamos julgamentos no Tribunal do Júri, fizemos campanhas contra o assédio e a importunação sexual e ainda realizamos ações em igrejas, farmácias, escolas, hospitais, terminais de ônibus, associações e clubes de mães. No entanto, para avançarmos de fato como sociedade, é essencial o apoio de entidades, do setor público e privado e, acima de tudo, da população. Isso inclui também o reconhecimento do trabalho das vereadoras como agentes transformadoras de realidades.

O caminho é árduo, mas necessário. A cada mulher acolhida e orientada, renovamos nosso compromisso com uma cidade mais justa. Sabemos que ainda há muito preconceito, desinformação e falta de empatia. Mas seguimos adiante porque acreditamos que esse trabalho transforma vidas. Que possamos continuar avançando, para que a Procuradoria da Mulher seja reconhecida como um espaço essencial na defesa da dignidade feminina.

A Procuradoria Especial da Mulher funciona na Câmara de Vereadores de Blumenau, na Rua XV de Novembro, 55, Centro, com atendimento presencial de segunda a sexta, das 7h às 19h. Fora desse horário, o contato pode ser feito pelos canais digitais e WhatsApp. A sala dos atendimentos leva o nome de Bernardete Libardo, em homenagem à líder comunitária vítima de feminicídio em 2019. O ex-companheiro dela, José Rufino, foi condenado a 18 anos de prisão.

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CONSCIÊNCIA, ATITUDE E REPRESENTATIVIDADE.

17 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

Por Capitã Estéfane, Presidente Estadual do Podemos Mulher ES

A tomada de consciência é o primeiro passo para a mudança de qualquer realidade. Esta também é uma premissa básica quando o assunto é representatividade feminina e eu quero te ajudar nesta descoberta e consequente posicionamento que esta pauta requer.

Na minha caminhada política percebi que parece existir um “inconsciente coletivo” que ignora a problemática da baixa representatividade feminina, até o momento em que ela é verbalizada! Sim, nestas horas constatamos que o óbvio precisa ser dito e repetido até seja de fato evidente.

Todos concordam e reconhecem que as mulheres são a maioria da população brasileira, mas elas são quase inexistentes na ocupação de espaços de poder e decisão. O curioso é que o mandato político é conferido pela população e a população feminina que é maioria no Brasil e nos estados, não consegue se fazer representar, de maneira proporcional nos espaços políticos.

Não precisamos fazer um longo recorte histórico para perceber a necessidade de mais mulheres ocuparem espaços de poder e decisão na política. Aqui no Espírito Santo temos hoje, no executivo municipal, menos de 3% de mulheres eleitas (02 prefeitas entre os 78 municípios, nenhuma delas na região metropolitana), no executivo estadual, historicamente nenhuma mulher foi eleita.

Quando falamos de mandatos legislativos, temos 01 mulher eleita deputada federal (de 10 cadeiras), 04 deputadas estaduais (em um universo de 30 parlamentares), 87 vereadoras (dentre as 860 cadeiras disponíveis nos 78 municípios) e nenhuma senadora! E eu fiz questão de deixar os números em algarismos para que o contraste seja percebido!

O que esses números nos dizem, sabendo que as mulheres representam 51,2% da população capixaba? O que esta realidade fática de nenhuma representação no senado e no executivo estadual, 2,56% no executivo municipal e em torno de 10% do parlamento municipal, estadual e federal nos mostra?

Antes de falarmos dos porquês é importante ressaltar o para que! Você já parou para pensar: para que precisamos de mais mulheres na política? Com o que uma mulher governadora, prefeita, senadora, deputada ou vereadora pode contribuir com a sociedade? É importante que elas participem das construções de políticas públicas sendo a maioria da população? Essas e diversas outras perguntas aparecem quando rompemos com o silêncio do “inconsciente coletivo”.

Agora sim, depois de te provocar à reflexão, vamos tentar responder juntos:  por que temos tão poucas mulheres eleitas? Será que as mulheres não são candidatas? Não gostam de política? Não querem participar e contribuir? Não votam em mulheres? Não têm consciência da importância da representatividade? Não se importam com a máxima “quem não é visto não é lembrado”? Não se importam com política e com a resolução dos problemas da sociedade? Não se importam em ser minoria na política quando são a maioria populacional?

Todas essas perguntas nos provocam a um despertamento próprio, das demais mulheres e da sociedade em geral sobre a importância da representatividade feminina. Estar representada com legitimidade e com voz ativa nos espaços de debate, poder e decisão fará com que as mulheres sejam mais respeitadas em toda a sociedade.

A representatividade também possibilita o aumento de ferramentas para enfrentar o preconceito e a violência contra a mulher em todos os espaços (dentro de casa, nos espaços públicos e corporativos e na política). Além disso, as mulheres que são tão presentes em todas as fases da vida familiar, poderão agregar valor na construção de políticas públicas eficientes em todas as áreas e demandas sociais.

Eu tomei como ponto de partida a realidade do meu estado, que é uma das piores do país quando o assunto é representatividade feminina, apenas para te provocar a uma reflexão: se somos maioria e sempre há mulheres candidatas, porque não procurar votar em mulheres? Olhar para as candidatas e escolher entre elas uma representante? Com esta simples atitude teremos o poder de mudar radicalmente esse quadro e usar a nossa força a nosso favor.

 

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/Capita-Estefane.webp 1080 1920 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-17 16:23:012025-06-18 16:36:48CONSCIÊNCIA, ATITUDE E REPRESENTATIVIDADE.

Quantas crianças e mulheres precisam ser violentadas para o Brasil agir?

16 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

Enquanto criminosos reincidem, crianças e mulheres seguem sendo estupradas todos os dias. O Brasil precisa agir com firmeza, e agora.

Enquanto o debate se arrasta nos corredores do Congresso, milhares de meninas, meninos e mulheres são violentados todos os anos no nosso país. É uma epidemia silenciosa que destrói vidas e traumatiza famílias há décadas. Segundo o Mapa da Segurança Pública de 2025, divulgados na última quarta-feira (11) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, os casos de estupro chegaram a 83.114 – o maior número dos últimos cinco anos.

Em média, foram 227 pessoas estupradas por dia, sendo 86% do sexo feminino. O estado de São Paulo liderou em números absolutos, com 15.989 casos. Já nas taxas por 100 mil habitantes, o maior índice foi registrado em Rondônia (87,73), seguido por Roraima (84,68) e Amapá (81,96). São vidas destruídas, traumas irreparáveis, famílias dilaceradas. Não dá para permanecer de braços cruzados. A reincidência em crimes sexuais segue alta, e o país tem o dever moral de proteger os vulneráveis.

Não dá mais para aceitar que milhares de meninas e mulheres sejam violentadas enquanto o Congresso segue paralisado.

Por isso, a castração química, já adotada em vários países, precisa avançar no Brasil. Não é vingança. É proteção. É prevenção. Dados internacionais mostram que a reincidência entre estupradores e pedófilos pode chegar a 30% a 40%, a depender do perfil e da ausência de tratamento adequado. É um risco que o Estado não pode mais tolerar.

Em dezembro de 2024, a Câmara dos Deputados deu um passo importante ao aprovar (com 267 votos a favor e 85 contra) a proposta que permite a aplicação da castração química em condenados reincidentes por crimes sexuais. Mas o projeto precisa avançar: está parado no Senado. No Brasil, o debate avança, mas a passos lentos. Outro PL sobre esse tema já foi aprovado na CCJ do Senado. A medida tem o apoio da maioria da população brasileira.

Este não é um debate novo. Países como Estados Unidos (Califórnia, Flórida), Polônia, Coreia do Sul e Argentina já adotaram a castração química para impedir reincidência. E na Europa, o Reino Unido discute atualmente. O tratamento é não invasivo e reversível, realizado sob rigoroso acompanhamento médico, com aplicação de hormônios que reduzem a testosterona e, consequentemente, a libido. Não é uma punição física. É uma medida profilática que busca reduzir riscos à sociedade.

Paralelamente, em novembro do ano passado, aprovou-se o Cadastro Nacional de Pedófilos, sancionado pela Lei 15.035/24. Embora a norma mereça cautela quanto à exposição pública dos dados antes do trânsito em julgado, trata-se de um instrumento importante para a proteção da sociedade. Entre 2015 e 2021, foram registrados mais de 200 mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde – na maioria meninas, e com agressores próximos. É um cenário brutal que exige uma resposta firme e integrada do Estado.

É fundamental entender que a castração química não substitui a prisão nem diminui a gravidade dos crimes. Pelo contrário: é um mecanismo complementar à pena que busca evitar que estupradores e pedófilos reincidam assim que deixam o sistema prisional.

Alguns opositores levantam questões éticas. Mas é preciso lembrar que os direitos humanos começam pelo direito à vida e à integridade das nossas crianças e mulheres. Nenhum direito individual do agressor pode se sobrepor ao dever da sociedade de proteger suas vítimas mais vulneráveis. Ao defender essa política, não buscamos vingança, buscamos prevenção. Não queremos punir além da pena, mas impedir que mais vítimas sejam geradas por criminosos com histórico de reincidência. A realidade grita: milhares de estupros todos os anos no Brasil. As vítimas não podem esperar mais.

Como parlamentar e mãe, reafirmo meu compromisso com essa causa. Continuarei lutando por leis que protejam essas vítimas e fortaleçam a resposta do Estado contra esses crimes bárbaros e hediondos.

Cortar o mal pela raiz é um dever moral de todos nós.

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/54485707944_0b84c0e953_c.jpg 533 799 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-16 14:03:192025-06-16 14:03:19Quantas crianças e mulheres precisam ser violentadas para o Brasil agir?

Projeto de Renata Abreu por mais proteção às mulheres avança na Câmara

12 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

O combate à violência contra a mulher deu mais um passo no Congresso. Foi aprovado hoje (11), na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara, o Projeto de Lei 3893/2024, da deputada Renata Abreu (Podemos-SP), que cria o marco legal das Rondas Maria da Penha — serviço voltado à fiscalização de medidas protetivas e ao apoio direto a mulheres em situação de risco.

“O serviço já mostrou seu valor na prática. Agora queremos que as Rondas tenham atribuições bem definidas e um padrão de atuação nacional”, afirma Renata Abreu.

Inspiradas na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), as Rondas já operam em diversos estados, mas sem uma padronização nacional. O projeto propõe diretrizes claras e unificadas para garantir um padrão de qualidade e cobertura em todo o país. Entre as funções previstas estão:

  • Fiscalizar o cumprimento das medidas protetivas;
  • Realizar policiamento ostensivo e preventivo;
  • Promover visitas periódicas às vítimas;
  • Garantir o cumprimento de decisões judiciais;
  • Conduzir ações educativas e treinamentos;
  • Integrar-se à rede de proteção às mulheres;
  • Organizar bancos de dados para planejamento de ações.

O texto também prevê que cada equipe das Rondas tenha pelo menos uma policial militar mulher e que os PMs sejam capacitados para atuar no enfrentamento da violência contra a mulher. Esses profissionais devem atuar de forma exclusiva no serviço.

Cada unidade também deverá enviar relatórios mensais de atividades às secretarias estaduais de Segurança Pública.

BONS RESULTADOS

Experiências locais comprovam a eficácia do serviço. No Rio Grande do Sul, a chamada Patrulha Maria da Penha funciona desde 2012, com visitas diárias e integração com o Judiciário.

Na Bahia, por exemplo, o projeto foi criado em 2015 pela tenente-coronel Denice Santiago e hoje conta com mais de 20 unidades, que realizam visitas regulares e monitoram o cumprimento das medidas protetivas.

“Com a aprovação do projeto, esperamos ampliar a eficácia da resposta estatal à violência doméstica e consolidar o papel da Polícia Militar na proteção das mulheres brasileiras”, conclui Renata Abreu.

Texto – Lola Nicolás
Foto – Robert Alves

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/54534630883_310bcf394f_k.webp 1152 2047 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-12 13:45:312025-06-16 13:50:29Projeto de Renata Abreu por mais proteção às mulheres avança na Câmara

A dor que se repete é também um chamado à responsabilidade

9 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

O combate ao feminicídio é dever de todos — especialmente de quem governa.

Escrevo este artigo não apenas como dirigente partidária, mas como mulher, cidadã e alguém que se recusa a aceitar que a morte de mulheres seja parte da rotina social. É inadmissível que, em pleno 2025, ainda estejamos debatendo o básico: o direito das mulheres à vida e à segurança. Mas, infelizmente, os números e os fatos mostram que estamos longe de garantir isso.

Até abril deste ano, o Brasil já registrou dezenas de casos de feminicídio apenas em um único estado. No Rio Grande do Sul, foram 31 feminicídios confirmados — sendo seis em apenas um dia, durante o feriado da Páscoa. Essas mortes ocorreram em diferentes cidades, mas compartilham um mesmo traço: a violência de gênero que persiste, silenciosa e muitas vezes naturalizada.

Esses números não são apenas estatísticas; representam vidas interrompidas, famílias devastadas e uma sociedade que ainda falha em proteger suas mulheres. A maioria dos casos envolve companheiros ou ex-companheiros das vítimas, evidenciando a persistência da violência de gênero como um fenômeno estrutural.

Temos no Brasil legislações robustas, como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, além de medidas como Delegacias da Mulher, medidas protetivas, tornozeleiras eletrônicas e a Delegacia Online da Mulher. No papel, esses instrumentos parecem suficientes. Mas, na prática, ainda há uma enorme distância entre a legislação e a realidade das mulheres que vivem em situação de violência.

Faltam estruturas adequadas. Faltam profissionais capacitados e com sensibilidade. Faltam abrigos seguros. Em muitas cidades do interior, sequer há delegacias especializadas. O atendimento é precário, desumanizado, e em alguns casos, inexistente.

Ainda assim, não se trata apenas de infraestrutura. Trata-se de prioridade política. O combate à violência de gênero precisa ser mais do que um discurso em datas simbólicas. Precisa ser política pública com orçamento garantido, planejamento contínuo e escuta ativa das mulheres.

É verdade que houve alguns avanços. As Salas das Margaridas, o aumento do uso de tornozeleiras eletrônicas e a ampliação de canais de denúncia são passos importantes. No entanto, sozinhos, não bastam. Precisamos de uma política ampla, integrada e eficiente — que não trate a violência como um problema isolado, mas como um reflexo de desigualdades históricas e estruturais.

Enquanto militantes, lideranças e representantes de movimentos de mulheres, temos um papel central nesse processo. É nossa responsabilidade cobrar, propor, fiscalizar e construir pontes entre as necessidades da base e a atuação institucional. Nosso compromisso deve ser com a vida, com a justiça e com o futuro de meninas e mulheres que não podem mais esperar.

Mas essa luta não é apenas nossa. É da sociedade como um todo. Precisamos formar uma cultura de não violência, de respeito e de equidade. Isso começa na educação, nas famílias, nas redes sociais, no ambiente de trabalho. Todos e todas somos responsáveis por mudar essa realidade.

Por fim, deixo aqui um apelo e um compromisso: não podemos aceitar a dor como algo normal. Cada mulher que morre é uma derrota coletiva. Mas também é um chamado à ação. Que possamos transformar o luto em luta — e a indignação em transformação.

Ainda há tempo. E há força. Que sigamos em frente. Juntas.

 

Wine Dandara Mesquita de Medeiros

Presidente Municipal do Podemos Mulher de Porto Alegre e Vice-Presidente do Podemos Mulher do RS

 

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/wine-dandara.webp 1080 1920 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-09 22:01:282025-06-10 19:51:14A dor que se repete é também um chamado à responsabilidade

Educação como combate ao feminicídio

5 de junho de 2025/0 Comentários/em acompanhe /por Maria Carolina

Deisi Maranata (*)

Os números são alarmantes. Dados recentes divulgados no Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que o Brasil registrou 1.463 casos de mulheres que foram vítimas de feminicídio em 2024, o que equivale a 1 caso a cada 6 horas, e o maior número registrado desde que a lei contra feminicídio foi criada, em 2015.

O feminicídio é um crime marcado pela violência extrema contra mulheres, motivado muitas vezes pelo simples fato de serem do sexo feminino. Ele se refere ao assassinato de mulheres dentro de uma desigualdade de gênero e de violência, e entre as suas diversas causas está o machismo estrutural, a cultura do estupro, a falta de políticas públicas eficazes de prevenção e combate à violência de gênero.

Os dados revelam que 18 estados apresentaram uma taxa de feminicídio acima da média nacional, de 1,4 mortes para cada 100 mil mulheres. O estado com a maior taxa no ano passado foi Mato Grosso, com 2,5 mulheres mortas por 100 mil. Empatados em segundo lugar, os estados mais violentos para mulheres foram Acre, Rondônia e Tocantins, com taxa de 2,4 mortes por 100 mil. Na terceira posição aparece o Distrito Federal, cuja taxa foi de 2,3 por 100 mil mulheres no ano passado.

Mas me parece que aqui não cabe discutir ou expor apenas as consequências. Políticas públicas, sejam elas federais, estaduais ou municipais, demonstram pouca preocupação com a continuidade dos casos envolvendo os mesmos personagens. Ou seja: as mesmas mulheres fazem as mesmas denúncias envolvendo, em grande quantidade, os mesmos personagens masculinos. As orientações públicas sobre o feminicídio não são eficazes para prevenir e combater a violência contra as mulheres.

E por que isso acontece? Entendo que uma resposta é o não entendimento que a causa pode ser tratada, que os agressores devem e podem receber orientação capaz de contornar a conduta agressiva contra as mulheres. A falta de educação e conscientização sobre a igualdade de gênero contribui para a perpetuação desse tipo de crime. A isso se associa a impunidade dos agressores que não são responsabilizados pelos seus atos, o que cria um ciclo de violência que se repete continuamente. Além disso, a falta de políticas públicas eficazes para prevenir e combater a violência contra as mulheres também é um grande problema.

Não nos cabe aqui apresentar uma solução definitiva para acabar com o feminicídio porque são diversos os fatores que levam homens a agredir ou matar seus parceiros, parentes ou estranhos do sexo feminino. Sendo assim, precisamos desenvolver Estados que entendam as causas, que podem ser diversas dependendo da região do país. Um morador do Rio Grande do Sul pode ter uma formação diferente de um homem do Centro-Oeste, ou ainda do Sudeste, ou do Nordeste.

A partir dos dados estaduais, que poderiam estar dentro do escopo de trabalho do Ministério das Mulheres e do Ministério da Educação, poderíamos entender as causas dos assassinatos de mulheres em todo o país. Muitos esforços estão sendo feitos, mas é necessário que sejam iniciados com meninos do ensino público fundamental para conscientizar a sociedade futura sobre o problema da violência contra as mulheres.

Alguns municípios já adotam políticas públicas de engajamento estudantil, com a realização de palestras nas escolas, com o intuito de promover espaços de reflexão sobre os relacionamentos e seus limites. Junto a isso, e buscando ampliar a conscientização e promover a mudança de comportamento, grupos reflexivos com homens têm contribuído para por fim aos relacionamentos abusivos. Desta forma, estaremos colocando um ponto final nos ciclos de violência das atuais e futuras relações afetivas.

Já existem relatos de homens que demonstram interesse em aprender como lidar com suas limitações à relevância da mulher em nossa sociedade e o espaço que ocupam no cotidiano de uma família.


Estas são duas iniciativas que podem ser adotadas ou ampliadas no escopo daquelas cidades que ainda nada fazem para estancar a agressividade contra as mulheres. Não podemos mais admitir que gestores públicos não olhem para esta realidade, para esta violência contra as mulheres como algo a ser combatido juntamente com outros descompassos sociais.

Resta ao poder público, em parceria com o Poder Judiciário, entender a oportunidade que existe com a criação de grupos reflexivos para os homens e, quanto antes começarmos, mais cedo conseguimos colocar fim à tragédia que assola mulheres de todas as classes sociais pelo país afora. Senhores prefeitos, governadores e presidente, a hora de tomar uma atitude é agora antes que as estatísticas oficias, ou não, nos tragam novos dados chocantes de agressividade contra as mulheres brasileiras.

 

(*) Primeira dama de Guaíba (RS) e presidente do Podemos Mulher RS

 

 

 

 

 

 

 

https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2025/06/Deise-Maranata.webp 1080 1920 Maria Carolina https://mulher.podemos.org.br/wp-content/uploads/2020/07/podemoslogoMULHER.png Maria Carolina2025-06-05 12:28:572025-06-05 12:28:57Educação como combate ao feminicídio
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